As primeiras discussões internacionais sobre o aquecimento global foram em 1988, quando foi realizada em Toronto, Canadá, a primeira reunião entre cientistas e governantes dos mais diversos países sobre um assunto que é de grande importância para todos: as mudanças climáticas. Lá foi apresentado como um impacto potencial inferior somente ao de uma guerra nuclear. Daí por diante uma sucessão de mudanças no clima com indicações de altas temperaturas vem crescendo ano a ano.
Isso, graças a concentração de CO2 na atmosfera que vem crescendo gradativamente, como resultado direto das atividades humanas, a uma taxa de 0,4–0,5% por ano ou 1–1,8 µmol CO2 mol-1 por ano de acordo com o estudo do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) em 1995. Como resultado desse fato, a temperatura média do ar no planeta poderá, também, aumentar neste período, causado pelo efeito estufa do CO2 atmosférico. O balanço realizado em fevereiro de 2001 do IPCC, divulgado pela OMM/WMO-Pnue/Unep adverte sobre uma conjuntura preocupante quanto ao aumento da temperatura no planeta. A estimativa é que nos próximos 100 anos a temperatura possa aumentar entre 1,4ºC e 5,8ºC e que possa ainda haver um incremento de 15% na precipitação pluviométrica do planeta.
Não há estudos preliminares sobre adaptações das plantas a essas altas temperaturas, entretanto, estima-se uma grande queda na produtividade da área agropecuária. De acordo com o estudo, no atual estágio do aquecimento global danos já são inevitáveis, resta somente cuidar para que esses agravantes sejam em menores proporções.
Em estudo realizado pela Universidade de Campinas (Unicamp) revela que o aquecimento global poderá provocar uma queda na produção de grãos de até 43% nas próximas décadas, representando um prejuízo de até 11% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
A cultura mais afetada será a do café, pois se adapta muito mal ao calor intenso, isso é preocupante ao país, que é campeão mundial de produção e exportação. Nas estimativas do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, a produção nacional deve cair entre 23% a 92%, dependendo do nível do aquecimento.
A soja é a segunda cultura mais afetada no Brasil, com redução na produção variando de 10% a 64%, afetando diretamente a economia nacional, pois o país é o maior exportador e segundo maior produtor mundial.
Prejudica também o campo da pecuária. Assim como as altas temperaturas afetam as plantas, temperaturas acima de 34º afetam também a produção de leite e carnes. Além de aumentar o índice de aborto de criações como suínos e aves.
Por outro lado, outras culturas mais resistentes a altas temperaturas, provavelmente, serão beneficiadas até o seu limite próprio de tolerância ao estresse térmico. No caso de baixas temperaturas, regiões que atualmente sejam limitantes ao desenvolvimento de culturas susceptíveis a geadas passarão a exibir condições favoráveis ao desenvolvimento de plantas.
Um dos principais agravantes do problema aquecimento global é de responsabilidade das atividades humanas, principalmente a queima de combustíveis fósseis, Sendo assim, junto com a problemática do aquecimento global, aparece também a necessidade de produção e desenvolvimento combustíveis renováveis, que liberam menor quantidade de CO2 no meio ambiente, contribuindo para amenizar os efeitos causadores das altas temperaturas. Estudos da Agência Internacional de Energia (IEA) apontam que a demanda por energia aumentará cerca de 53% nos próximos 25 anos, sendo que os países em desenvolvimento serão responsáveis por cerca de 70% desta demanda. Neste cenário, o Brasil é um dos países com maior potencial de crescimento na produção da agroenergia do mundo, principalmente o etanol e biodiesel, em virtude da posição geográfica favorável e de disponibilidade de áreas agricultáveis. Com a intenção de cortar em 20% o consumo de gasolina até 2017 nos Estados Unidos abre-se espaço para entrada no mercado do álcool brasileiro. Hoje em dia o álcool é o produto fundamental da bioenergia nacional, sendo que o Brasil é o maior produtor e consumidor mundial. De acordo com informações da Embrapa, no ano de 2005, foram produzidos no Brasil 17,5 bilhões de litros de etanol derivado da cana-de-açúcar. Entretanto, em virtude dos altos investimentos dos Estados Unidos em pesquisas energéticas e na produção de etanol extraído de milho, a previsão é de que nos ultrapassem muito brevemente. Outro segmento que se espera uma grande alavancagem, é o da produção dos grãos no Brasil em virtude da popularização dos combustíveis renováveis à base de oleaginosas como soja, milho, canola e girassol, acrescendo o campo comercial da agricultura nacional. Ainda, a agroenergia é uma excelente opção para minimizar os impactos do CO2 no meio ambiente. Fonte: http://www.agronline.com.br/artigos/artigo.php?id=375&pg=1&n=2
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